Na serra Vermelha chamada
Sobre o Zêzere debruçada
Com Vila Gaia a seus pés
Nossa Senhora do Pranto
Por milagre foi encontrada
Sua vontade se fez
Dizem ser na “Guerra Santa”
Que a Senhora lá deixaram
Com o seu filho no regaço
Naquela serra Vermelha
De mato toda embrenhada
Em sofrimento e cansaço
Por quanto tempo não se sabe
A Virgem permaneceu
Na serra Junto ao rochedo
Foi o seu choro pranteado
Que alertou o povoado
Do gemido e seu degredo
A Rainha Santa um dia
Com Guilherme de Pavia
Falavam do choro falado
Depois da Rainha Santa
Ter sonhado com Maria
Em Dornes do outro lado
Por perto um loureiro rosa
Este lugar destacava
Dizia o povo e contava
Que o fogo ao chegar ali
Perdia a força trazida
E a seguir se apagava
Alguém dizia haver marcas
No rochedo bem visíveis
Da carruagem empenhada
Em levar Nossa Senhora
P´ra Cernache de Bom-jardim
Onde era tão desejada
Aquele Serra Vermelha
Espera de certo por alguém
Que de lés a lés procure
Procure e Procure bem
Onde a Senhora do Pranto
Tanto sofreu por ser mãe.
Dina Cotrim